9 de novembro de 2011

Nem todo nordestino é um Sr. Queiroz


Em contraponto com a simplicidade, dignidade e sabedoria do Sr. Queiroz, tive o desprazer de conhecer o dono da imobiliária que nos alugou a casa. Não quero citar o nome, por isso vou chamá-lo de Sr. G (G de grito!). Deixe-me explicar a escolha do codinome. Uma grande amiga, Tamara fez seu TCC de psicologia em uma escola, um dos alunos quando questionado a respeito da professora disse: “Ela é um bicho de grito!”. Se ela era mesmo eu não sei, mas o Sr. G. sem dúvida é!
            Conheci o sujeito num dos dias mais difíceis (até agora) por aqui. No dia anterior nossa luz foi ligada, sendo afirmado que estava tudo em ordem. No dia seguinte foi desligada, a empresa constatou que não havia um documento da construtora com a autorização. A sensação é exatamente igual a ganhar um brinquedo que você desejava muito, brincar com ele, e ser retirado antes mesmo de você conseguir aproveitar. 
             La fui eu na imobiliária, com o rosto inchado pelas lágrimas (o cansaço e a falta de rede de apoio são desgastantes, um choro seguido de uma boa atitude vão bem nessas horas para aliviar). A recepcionista me acomodou numa sala enquanto o Sr. G. não chegava. Lá estava a esposa do dono e uma funcionária. A cada homem que entrada eu tentava adivinhar se era o dono, já que eu não o conhecia pessoalmente. De repente um homem aos gritos entra na sala, dizendo mil coisas, xingado todos presentes e não-presentes, jogou documentos no chão e esbravejou algo que eu mal conseguia entender: era ele! A funcionária rapidamente recolheu os documentos e colocou na mesa. O mesmo entrou em sua sala e todos fizeram cara de “que droga, ele chegou!”. 
         Eu não conseguia acreditar que uma pessoa pudesse ser tão grosseira assim, ainda mais sabendo que estava na frente de seu cliente. Depois de 30 minutos de espera sem nenhuma satisfação a esposa do dono conversou comigo sobre o assunto da luz. Sabendo que o erro de antecipar o aluguel era do Sr. G., ela o chamou para mostrar o que tinha ocasionado sua negligência. Os dois começaram a discutir rispidamente na minha frente. Não uma discussão de “colegas de trabalho”, mas uma discussão de marido e mulher, com direito a gritos e gestos. Eu tinha vontade de sair correndo e nunca mais voltar. Mas como que eu ia entregar aquela casa linda que conseguimos? Eu a deixaria por causa desse “bicho de grito”? NEM PENSAR! “Respira fundo e vai” – pensei comigo. Tentei por mil e quinhentas vezes explicar a ele qual o procedimento, mas se ele mal escuta a esposa, quem dirá uma “menina” como eu. Ele nem me olhava. 
              E neste dia entendi o que a Fátima e o Ludi nos alertaram com bastante carinho na véspera de nossa partida ao nordeste: “talvez vocês encontrem um pouco de machismo por lá!”. Era isso que eu estava sentindo: machismo. Mas vejam só que ironia, o rei da cocada preta saiu esbravejando novamente sem resolver a situação, deixando sua cliente, que por acaso era eu, sentada sem solução. Agora me diga, cabra macho, quem foi que resolveu??? EU E SUA MULHER! Ah, quer dizer que DUAS MULHERES deram conta do recado!? Oh se deram! Depois de muito xingar a postura do marido e pedir desculpas pelo comportamento dele, ela entrou no meu carro e disse: “Vamos resolver isso e é pra já!”. Fomos até o condomínio e ela mesma conversou com o eletricista, convencendo-o de fazer um “gato” enquanto não tivéssemos outra solução. Ao final de tudo isso ela ainda me deu seu telefone e disse: “Me ligue se precisar de qualquer coisa, se estiver perdida no trânsito ou quiser uma indicação!”.
            Nunca me esqueço, porque as situações me fazem sempre lembrar do que meu professor de anatomia dizia: “O homem é a cabeça da relação, a mulher é o pescoço, que gira a cabeça pro lado que ela quiser!”.
E eu pergunto: Quem manda nessa relação, Sr. G???
     Ainda vou queimar sutiã no Parque do Cocó aqui, ein!! Hihihi

Um comentário:

  1. Ai, "nega", fé em Deus e pé na "tauba". Põe foco no que interessa, na casa linda, nos projetos e manda o ponto G da imobiliária pros quintos!

    Ah, se precisar eu peço pro Victor ir aí dar uns cascudos nele.

    ResponderExcluir