9 de novembro de 2011

Bom humor, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!


Hoje está sendo um dia particularmente difícil. É daqueles que você olha ao redor e pensa: “que estou fazendo aqui?”. Arrependimento, não...é cansaço. A falta de rede social numa foi tão forte.
Começando pela Solange que hoje resolveu não me ajudar. Eu precisava ir à Penha Encomendas buscar nossas caixas com parte da mudança. Coloquei o endereço no GPS e fui convicta de que chegaria lá. Depois de 30 minutos procurando o local que a Solange insistia em dizer que eu já tinha encontrado, telefonei e o atendente me explicou como se eu fosse nativa e taxista. Com impaciência para dar qualquer orientação a mais, mesmo sabendo que falava com uma “estrangeira”, ele desligou. Enlouqueci sozinha! Com os vidros fechados, gritei e soquei o volante do carro mais do que uma pessoa em surto faria: “Eu só quero chegar lá!!!!” – repetia freneticamente. Liguei pro Thiago aos prantos dizendo que não conseguia. O coitado no trabalho não podia fazer nada pra me ajudar, e eu sabia. Mas eu não tinha ninguém...nem uma alma penada conhecida em Fortaleza para telefonar e pedir: “Me ajuda, por favor!”.
Era esse o motivo do meu choro...eu estava sem apoio. Telefonei para o homem do frete, certa em cancelar a operação. O mesmo foi muito solícito dizendo para que eu aguardasse que ele me buscaria. Quando chegamos, recebi mais um balde de água fria: “Só o Sr Thiago Casagrande pode retirar esta encomenda!”. Como isso é possível se o horário de trabalho dele é o mesmo que o de abertura do local? Lá estava eu, o homem do frete (e socorrista nas horas vagas) e o homem de preto sentado atrás da mesa com os braços cruzados de quem diz: “Não posso fazer nada!”. Voltei para casa sem as minhas 10 caixas, que não são apenas encomendas, mas sim a minha vida embalada em papelão.
Uma lista de nomes de pessoas queridas me passou pela cabeça com a frase completando: “Ah, se fulano estivesse aqui comigo!”. A mesma lista estava no meu celular, o contato de cada um para que eu ligasse quando fosse preciso. E será que era preciso agora? Será que eu queria incomodar mais alguém? Não, acho que essa eu preciso agüentar sozinha, afinal todo mundo tem seus afazeres e ficar escutando meus lamentos às 9h da manhã ninguém merece (nem mesmo o Thiago, coitado!).
Exausta emocionalmente deitei na cama e prometi a minha mesma e ao meu marido, que preocupado me mandava mensagens para agüentar firme, que eu ficaria ali, inerte, como quem não tem nada pra fazer e nada pra pensar. Duraram 2 minutos. O eletricista da construtora me chama: “Sra. Silvia, não sei por quanto tempo vamos conseguir manter a sua luz! O pessoal da construtora está me cobrando o desligamento!”. La se vão os bois com as cordas.
A sensação é de estar naqueles brinquedos de tanques de água que tem tipo um trampolim. Você senta no trampolim e alguém joga a bola até acertar no alvo, derrubando você na água. Me sinto lá no alto, observando os jogadores e pensando a cada jogada: “Será que é agora que vou cair? Ou agora? Ou agora?”.

Um comentário:

  1. Well, well... Eu diria: escreva um blog pra desopilar o fígado, mas escreva regando-o com um Chardonay geladinho. Mas vc já tem blog. Então só posso dizer: abra o vinho, relaxa e... continua escrevendo pra gente.

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