9 de março de 2012

Um eletricista, pelo amor de Deus!!!!

     A viagem de volta (Tubarão - Itajaí) me fez lembrar que tem uma história faltando neste blog. Ta bom, ta bom...existem milhões de histórias faltando, porque cada dia é uma tragicomédia aqui. Mas, essa eu preciso registrar, pelo menos em homenagem à minha amiga Karol que ficou rindo da minha desgraça! hahaha

     Como eu já disse, chuveiro elétrico aqui é algo de outro mundo. Mesmo nas lojas especializadas você não encontra uma diversidade de modelos suficiente pra te fazer ficar parado na prateleira escolhendo qual levar. E quando você fala para o atendente que está procurando por um, ele te olha de cima a baixo e, se eu lesse pensamento, ele estaria pensando: "Bem se vê que essa não é daqui!".

    Com o chuveiro em mãos chamamos o Sr. Edson, o eletricista (?) que a imobiliária mandou para instalar as lâmpadas. Na última vez que ele veio confessou que o Sr. G (lembra do post do Sr G de Grito??) não lhe paga nem os parafusos pra que ele faça o serviço. Fiquei morta de pena e resolvi chamá-lo para instalar o chuveiro, dando uma força pro seu trabalho.
     Confesso que me divirto muito com ele. Bom, deixa eu descrever essa figura pra vocês entenderem.
    Chega num fusca emprestado e nunca traz escada, parecendo desconhecer seu um metro e meio, no máááximo, (diz o Thiago que ele é menor que a minha sogra! hihi). Vem ele com sua maleta de ferramentas, vestindo camisa, calça e sapato, como quem vai a uma festa. Cada pouco ele desce da escada emprestada e tira da sua maleta um desodorante estilo "Très Marchand", preocupado com o possível suor. Depois de algumas horas de trabalho, ele tira da maleta, que mais parece a bolsa da Mary Poppins de tanta coisa que sai la de dentro, um óculos tipo fundo de garrafa. Imaginem o meu espanto em perceber que o “homi” passou todo esse tempo trabalhando sem as lentes!
“Sr. Edson, pelo amor de Deus, que óculos é esse?”
“Não, Dona Silvia, esse óculos é só pra usar de vez em quando!”
“Sr. Edson, sem esse óculos o senhor não enxerga nem a sua mulher, pelo amor de Deus!”
            Ainda negando sua miopia, astigmatismo, hipermetropia e qualquer outra coisa que deve ter, ele tira o óculo e me alcança o chuveiro em pedaços saído de dentro da caixa:
“Dona Silvia, monte aí!”
“O senhor ta doido, Sr. Edson? Eu lá sei montar chuveiro?”
“Ah, veja aí como se faz e me alcance!” – pra não dizer que ELE também não sabe, ou não enxerga o suficiente.
            Eu não sei se é só a falta do óculos, mas esse comportamento do Sr. Edson mostra que ele pode ser o único exemplar sem machismo já encontrado por mim. Afinal de contas, “deixar uma mulher” montar o chuveiro é uma prova e tanto!
            Entre tentativas e erros eu consigo montar o quebra-cabeça chuveirístico. Chego a me perguntar quem é mais eletricista: eu ou ele? Principalmente quando ele me olha e pergunta: “Esse fio deve ser aqui, não é?”. A segurança que ele passa faz com que eu repita a cada vez que ele me pede pra ligar o disjuntor:
“NÃO VAI LEVAR CHOQUE AI, POR FAVOR!”
O final dessa história não podia ser diferente, o chuveiro não foi instalado.
Chuveiro versus Sr. Edson =  Chuveiro WINS!
Com esse desfecho, me obrigo a chamar um eletricista que cobra R$60 para consertar o erro alheio, que provavelmente não virá de fusca, trará sua própria escada, não terá 500 graus de miopia, não estará perfumado e nem me perguntará em qual fio ligar... Agora me digam:
“Que coisa mais sem graça, não???!!!!”

3 comentários:

  1. Essas estórias só podem acontecer nesse "país" aí mesmo. Hehehehe
    Odete

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  2. heheh que engraçado!!! depois de tudo resolvido, é claro...

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  3. Coitado, ri muito mas dá uma pena, será que ele é favorecido com algum tipo de bolsa do governo, pq conheço uma galera que nao merece e ganha.

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